19.6.06

go with the flow

Luvas de borracha. Cacos de vidro. Cheiro de amônia e desinfetante. Não importava mais, nada importava mais, apenas a intensa sujeira deixada por eternas gerações de animais carnívoros herbívoros onívoros que se refestelavam em meio às próprias fezes e tripas e orgasmos múltiplos que rolavam por suas coxas abaixo. Qual seria o novo engano cometido por tal espécie abominável? Não se sabia, jamais se saberia. Era apenas um gole estouvado. Estou. Estouvado. Estufado.

Acreditas em mim, mamã?

Seria ele mais alguém inconseqüente e inconsistente, fedendo a sabonete e querosene, que não encontrava espaço para respirar? Risadas. Gargalhadas. Gordos escrotos sorrindo, as banhas pulando garganta afora numa pulsão mórbida e nociva. Jesus! Jesus!, bradavam os mais exaltados. Há que se aguardar na fila. Todos terão a sua vez, declarou muito assoberbado o sadomasoquista de terno de tafetá e pantufas de macaco. Fizera um retorno triunfante, dias antes, carregado pela multidão de coelhos sem face. Tinha suásticas nos olhos e âncoras nos tornozelos. Não sabia muito bem o que era o que, mas enganava muito bem.

Amônia/Insônia/Amoníaco

Risoles de camarão inconsciente. Um eco solto, bradando pelo espaço, repercutindo em nada. O vácuo é nulo e nele encontramos o zero absoluto de Kelvin, Calvin, Haroldo, Hobbes. Whaddafuck. Escorpiões em Toledo. Maricones em Torpedo. Pêssegos em calda, caudalosas caudas de carnaval. Experi-menta! Experi-menta! Experi-menta! É muito seguro jogar sozinho, é lógico, simples soldados em fila, mas nada mais é doce. Não há nada doce para se jogar fora nem por que se morrer nem que seja belo para se viver. Acreditas? Acreditas na sua cabeça?

I can go with the flow but it doesn't matter anymore.

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